Pedagogia Waldorf


 

A pedagogia waldorf  originou-se de uma escola baseada na cosmovisão de Rudolf
Steiner, solicitada pelo dono de uma fábrica de cigarros na Alemanha – a Waldorf Astoria,
para os filhos de seus funcionários.

Essa pedagogia concebe o homem como uma unidade harmônica físico-anímico-espiritual
e sobre esse princípio fundamenta toda a prática educativa. Considera o lado
anímico-espiritual como essência individual única de cada ser humano e o corpo físico
como sua imagem e instrumento.Parte da hipótese de que o ser humano não está
determinado exclusivamente pela herança e pelo ambiente, mas também pela resposta que
do seu interior é capaz de realizar a respeito das impressões que recebe. Considera que o
homem ao nascer, é portador de um potencial de predisposições e capacidades que, ao
longo de sua vida, lutam por desenvolver-se.

Os Princípios da Pedagogia Waldorf são pautados na Trimembração do Organismo
Social, que partiu da revalorização dos impulsos da Revolução Francesa: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade, onde se tem liberdade (no pensar) com responsabilidade,
igualdade (jurídico-legal) de deveres e direitos, e fraternidade como respeito mútuo regendo
as instituições Waldorf.

A ideia de dividir a Pedagogia Waldorf em períodos de sete anos (conhecida como
setênios) é fundamentada na antiga cultura grega, onde se dividia a vida humana em dez
períodos de sete anos. Com isso, Steneir dividiu o desenvolvimento dos seres humanos em
etapas de 7 anos descritas a seguir:

De 0 a 07 anos (maturidade escolar):

A criança está aberta ao mundo; tem confiança ilimitada; recebe impressões
sensoriais; não elabora julgamento ou análise; está na fase do desenvolvimento motor; as
percepções inadequadas são armazenadas no inconsciente (não compreende o pensamento
dos adultos); o aprendizado por imitação; o educador Waldorf deve ser digno de ser
imitado, pois nessa imitação inconsciente estará fundamentando sua moralidade futura.
Característica: O bom.

De 07 a 14 anos (maturidade sexual):
Desenvolvimento anímico; emancipação da vida corporal; interage e reage aos
estímulos que recebe; necessita de explicações conceituais; interesse pela admiração que as
coisas causam; vivência na área dos sentimentos; puberdade (12/14 anos) perturba a
harmonia anímica; o professor Waldorf deve saber o que é bom ou não para seu aluno e
entusiasmá-lo, deve ter “autoridade amorosa”.
Característica: O belo.

De 14 a 21 anos (maturidade social):
Liberdade das forças anímicas; desenvolvimento do lógico, analítico e sintético;
separa-se do mundo (vê o mundo de fora); quer explicações conceituais e intelectuais; quer
ser compreendido; o professor Waldorf deve ser digno de respeito.
Característica: O verdadeiro.

A metodologia de ensino baseia-se na sequência rítmica das fases do processo de
aprendizagem: reconhecimento, compreensão e domínio dos conteúdos.
1) vivenciar, observar, experimentar;
2) recordar, descrever, caracterizar, anotar;
3) processar, analisar, abstrair, generalizar (elaboração de teorias).
Não se deve chegar à consolidação de resultados em uma só aula. Depois da vivência (1) e da descrição (2), intercala-se uma pausa, por meio da qual o aluno pode se distanciar, também durante a noite, daquilo que assimilou. O último passo é dado apenas no dia seguinte. Dessa maneira, a Pedagogia Waldorf procura respeitar a polaridade entre sono e vigília, já que o desenvolvimento de capacidades não apenas cognitivas, mas também anímicas, pressupõe a polaridade entre aprender e esquecer, consciência e inconsciência, vigília e sono.
Um ponto importante a destacar na Pedagogia Waldorf é a valorização da autoeducação. Uma meta central é a de conduzir os alunos da educação à autoeducação. A pedagogia Waldorf entende que os docentes devam se auto educar, realizando, em primeiro lugar, um trabalho orientado para si mesmos, enriquecido pela co-educação com os demais docentes.

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